Luminária Origo

Luminária Origo

 
Ana Catharina Marques, designer de interação, arquiteta e fundadora do Espaço D.

Ana Catharina Marques, designer de interação, arquiteta e fundadora do Espaço D.

 
Foto arquivo Espaço D

Foto arquivo Espaço D

 
Henrique Eira, designer gráfico brasiliense com trabalho focado em design editorial, impressos, sistemas de identidade visual e ilustração.

Henrique Eira, designer gráfico brasiliense com trabalho focado em design editorial, impressos, sistemas de identidade visual e ilustração.

 
Produto da oficina Design Especulativo ministrado por Henrique Eira e Isabela Brandalise - TEO.


Produto da oficina Design Especulativo ministrado por Henrique Eira e Isabela Brandalise - TEO.

 
 
Rodrigo Maia, designer UX e estrategista de produtos.

Rodrigo Maia, designer UX e estrategista de produtos.

 
Herick Ferreira, estrategista de marca, designer de serviços, palestrante, sócio da Oni Design de Negócios e do Nauta Space.

Herick Ferreira, estrategista de marca, designer de serviços, palestrante, sócio da Oni Design de Negócios e do Nauta Space.

Afinal, o que é design?

Quando você pensa em design, o que te vem à mente? Objetos bonitos, feitos com materiais tecnológicos? Logotipos bem trabalhados? O rótulo do seu produto favorito?

 

Tudo isso é design, mas design não é só isso. Embora a tradução da palavra inglesa para o português signifique “desenho”, Ana Catharina Marques, designer de interação, arquiteta e fundadora do Espaço D, explica que o significado do termo é amplo. Mais do que estética, design tem a ver com projetação: é o ato de tornar o mundo das ideias um produto concreto.

“É preciso que ele traga valor e qualidade de vida, que esteja conectado com o ser humano e com a sua evolução. É a capacidade de criar tudo ao nosso redor”, resume Ana.

Roupas, carros, prédios, móveis, livros, aplicativos e tudo o que está à nossa volta é fruto de pesquisa, gestão, projetação, validação, construção, produção e acompanhamento - todos processos intrínsecos ao design. Resolver demandas e problemas da sociedade é a espinha dorsal do processo. “O design vem sempre com uma conotação positiva, para resolver alguma questão”, reforça Ana Catharina. “Na produção da primeira ferramenta humana o homem usou o pensamento de design e depois a técnica. O design sempre vai partir de uma ideia que pode ter sido estimulada por uma questão ou necessidade; ele cria uma solução no campo das ideias e a projeta para trazê-la ao mundo”, diz Ana. Rodrigo Maia, designer e estrategista de produtos, reforça:

“Design é a prática de projetar soluções que auxiliem as pessoas nas suas vidas, baseado no entendimento das necessidades reais dessas mesmas pessoas”,

Henrique Eira, designer gráfico brasiliense com trabalho focado em design editorial, impressos, sistemas de identidade visual e ilustração, explica que, apesar de ser cheia de nuances, a essência do design é pensar em algo que ainda não existe. “Nesse sentido, o design está sempre voltado para o futuro”, detalha.

“O designer está projetando algo que ainda não existe no mundo. Ele está colocando uma coisa nova que irá impactar a vida das pessoas”, diz Eira.

Victor Falasca Megido, no prefácio do livro A Revolução do Design - Conexões para o Século XXI (2016), traz uma questão simples, capaz de definir o design de maneira didática: “Estou desenhando um novo copo d’água ou uma nova maneira de matar a sede?”. Em tempos de inteligência criativa, em que a estimativa é de que 60% das profissões que conhecemos hoje estão fadadas ao desaparecimento, o design torna-se uma valiosa ferramenta. “A inovação está na nova maneira de matar a sede”, explica Ana. “Apenas desenhar um copo novo é como desenhar uma nova roda. Não tem valor, a não ser que traga algo realmente novo.”

Prestar atenção às mudanças do mundo é o primeiro passo para entender o espírito do design, mas o conceito vai além. O design do futuro, ainda de acordo com Victor Megido, significa unir “ambição, valores morais e éticos, saber introduzir o novo à rotina, saber despertar  a curiosidade e saber adaptar-se aos contextos”.

Os novos produtos do design, serão, portanto, reflexos da mentalidade que vivemos hoje: humanizados, economicamente sustentáveis, com responsabilidade socioambiental e pautados pela economia circular. O design, hoje, é um comportamento.

Observar e interpretar as mudanças da sociedade está na essência do design. Bruno Pompeu, publicitário e também co-autor do livro A Revolução do Design, diz que reconhecer “a relação entre o que se produz em termos de design e o contexto geral” só é possível com detalhados estudos de tendências. Só assim, explica Pompeu, é possível escapar dos “achismos”, da mera adivinhação e evoluir para a interpretação do presente e, talvez, para uma antecipação mais aproximada do futuro. 

Segundo Bruno Pompeu:

“Ou seja: quanto melhor for o design -- mais carregado de referências, mais sincero na sua proposta, mais consciente da sua responsabilidade, mais consciente na sua reflexão, mais preciso na sua técnica --, mais ele vai ser adequado, desejado, pertinente, relevante, necessário: mais ele vai poder funcionar como um meio de entendimento da realidade ao seu e ao nosso redor; mais ele vai cumprir sua função de se posicionar com graça e inteligência entre as pessoas e o mundo”.

 

Porque o mundo precisa do design?

Basicamente, o design existe para resolver problemas. Rodrigo Maia, designer UX e estrategista de produtos, define de forma sucinta a importância do design para a sociedade:

ele serve para traduzir inovações e mudanças em algo que sejamos capazes de lidar no dia a dia.

O especialista, contudo, reforça: além de não ser algo puramente estético, o design não se aplica a um produto como maquiagem. “Nessa visão, todas as decisões são tomadas de antemão e o designer entra no final, completamente dissociado do processo, só para ‘melhorar as coisas’”, critica. 

Herick Ferreira, estrategista de marca, designer de serviços, palestrante, sócio da Oni Design de Negócios e do Nauta Space, defende que o mundo precisa do design porque o design é capaz de tornar tudo mais desejável para o ser humano. Além de ajudar a gerar resultados, o design, na visão do especialista, transforma contextos.

“É uma ferramenta muito poderosa para conseguirmos conectar pessoas e linguagens totalmente diferentes, rumo ao bem comum”, completa. “Ele nos ajuda a visualizar futuros desejáveis e, de alguma forma, a enxergar os passos que precisamos dar para chegar a esse futuro.”

Para ver:


Neste TEDx, Tim Brown, CEO da IDEO, uma das mais importantes empresas de design do mundo, fala sobre os métodos do design, como o design pode impactar nossas vidas e sobre o design voltado para o ser humano.