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Qual a diferença entre coworking e coworking de nicho?

Os coworkings, ou escritórios compartilhados, vieram para ficar. Mas por quê tantas pessoas parecem dispostas a dividir o local de trabalho? O que é um coworking e qual a diferença entre um escritório compartilhado e um coworking de nicho?

 

Mais de 94 mil cadeiras disponíveis em 1.721 espaços espalhados por 111 países, em 833 cidades diferentes. Os dados, coletados pela iniciativa Global Coworking Map, são evidências de uma mega tendência irreversível. Fruto da chamada economia colaborativa, o coworking surgiu como uma forma de unir várias demandas atuais.

 

Preocupação com a escassez de recursos e com a degradação ambiental, o acesso sem restrições aos avanços tecnológicos e a mudança de foco do produto para a experiência do consumidor são alguns dos ingredientes principais deste movimento que tem como mote o "usar" ao invés do "ter". Como bem ilustra um dos clássicos exemplos deste novo modelo econômico: para quê comprar uma furadeira se tudo o que preciso é um furo na parede?

 

O brasileiro é um expert no compartilhamento e troca de bens e serviços, especialmente por meio da internet. Somos líderes latino-americanos em iniciativas voltadas para a economia colaborativa, de acordo com o estudo Economia colaborativa na América Latina, feito em 2016 pela IE Business School em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Ministério da Economia e Competitividade da Espanha. Segundo o relatório, 32% das iniciativas são brasileiras, contra 13% argentinas e mexicanas, ambas em segundo lugar. Cerca de 11% estão situadas no Peru, terceiro país desse ranking.

 

Um censo do projeto Coworking Brasil, feito em 2017, reforçou o gosto do brasileiro pelo mercado dos escritórios compartilhados. De acordo com o relatório, houve um crescimento de 114% dos espaços de coworking no Brasil, de 2016 para 2017. Para efeito de comparação, de 2015 a 2016, este crescimento foi de 52%.  

 

Compartilhar ao invés de acumular, reutilizar sempre que possível e outras práticas do consumo consciente também são combustíveis desta nova maneira de pensar, que estimula novas ideias de produtos e, principalmente, de serviços — e em que todos saem ganhando no processo.

 

É aí que entra o coworking como parte essencial desta nova construção mental: ao dividir o espaço de trabalho, os profissionais dividem também as despesas de um ambiente físico (preservando, consequentemente, recursos naturais) e estão mais propensos ao compartilhamento de ideias.  

 

A aproximação entre pequenas empresas, profissionais freelancers, autônomos, fornecedores e clientes é, segundo a iniciativa Coworking Brasil, o grande ganho da revolução representada pelos coworkings. Além da óbvia vantagem profissional, o networking proporcionado pelos escritórios compartilhados permite que os usuários "possam desenvolver seus projetos sem o isolamento do home office ou as distrações de espaços públicos", segundo o manifesto do projeto.

 

Nesta lógica, o coworking de nicho, ou coworking segmentado, vem para estreitar ainda mais os laços entre os profissionais, porém aqui a ideia é conectar trabalhadores com interesses afins.

 

O Espaço D, por exemplo, é reduto de profissionais da linha criativa: designers, publicitários, tecnólogos, jornalistas, arquitetos e assim por diante. A ideia é fazer com que estes profissionais encontrem uma rede de apoio profissional especializada, o que potencializa ainda mais a formação de parcerias e, com sorte, o nascimento de novos projetos.